Um blog voltado para Educação Infantil de qualidade

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Aula sem sentido... ninguém atura!


Certa vez, quando trabalhava com Educação Ambiental no Horto Municipal, as turmas de 3ª série de uma escola municipal marcaram uma visita ao local e solicitaram palestra sobre educação ambiental.
Bom, quando as escolas nos ligavam para agendar perguntávamos sobre qual tema era o interesse,qual a idade das crianças e imaginávamos que as crianças estavam trabalhando com questões ambientais... esse seria o mínimo!Nessa ocasião, foi nos dito que o interesse seria amplo: cuidados com o meio ambiente.
No dia em questão, o ônibus encostou no portão do Centro de Educação e as crianças saíram correndo enlouquecidas! Bom, juntar o grupo é tarefa de professor... fiz isso!
Fizemos um circulo no gramado e tentamos conversar, mas as senhoras professoras fizeram uma rodinha de chimarrão há alguns metros de distância, dando um belo exemplo de descomprometimento.
Nem preciso dizer que as crianças, tão dispersas quando as professoras, não queriam saber de cuidados com o meio ambiente.
Eu, imaginando que as crianças sabiam e estavam preparadas para a "saída de campo" fiz a pergunta: - Crianças, o que as professoras disseram que vocês fariam aqui? E elas responderam: - Que a gente viria num passeio.
Levantei e disse: - Então sejam bem vindas, podem brincar!
Gente, aquela atitude deu o que falar... as professoras fizeram reclamações que não houve atividade para manter a atenção das crianças.
Como pedagoga, tenho algumas considerações a fazer:
1º) As atividades precisam ser programadas de acordo com o planejamento da professora;
2º) A criança não se interessa por aquilo que não tenha despertado curiosidade nela;
3º) A atitude do professor reflete na atitude da turma;
4º) Passar a responsabilidade para alguém desconhecido pela turma causa insegurança e intranquilidade, quando se trata de crianças pequenas;
5º) Ficou claro que a turma não estava trabalhando com o tema, queriam apenas "dar uma volta" fora dos muros da escola;
6º) Muitos professores querem se livrar da responsabilidade de "cuidar" das crianças fora dos muros da escola, então procuram lugares que tenham atividades orientadas para seus alunos.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ideia Pedagógica: Metamorfose ambulante!

Ideia Pedagógica: Metamorfose ambulante!: Hoje lendo no Blog de uma amiga, sobre o ofício e a escolha da profissão “professora”, fiz uma viagem na minha história de escolha em ser p...

Metamorfose ambulante!


Hoje lendo no Blog de uma amiga, sobre o ofício e a escolha da profissão “professora”, fiz uma viagem na minha história de escolha em ser pedagoga. Percebi que a ausência e a falta de posts neste blog, estão diretamente relacionados a escolhas e “desescolhas” profissionais.
Há muitos anos atrás, escolhi como profissão a enfermagem, pois achava que tinha dom em trabalhar com o coletivo e com o bem estar pessoal. Pensava em trabalhar em um Centro obstétrico, num neonatal ou numa pediatria... queria trabalhar com a vida em seu início, ou seja, com possibilidades. Ao passar do tempo fui percebendo que essa ânsia em trabalhar com a vida me faria sofrer nas perdas e que não estava preparada para isso.
Esse fascínio por possibilidades e por crianças pequenas me fez optar pela Pedagogia, trabalhar pelo encantamento, pelo fazer descobrir e pelo entusiasmo que só os pequeninos têm, era a minha opção.
Entrei na faculdade em 2001 e passei em um concurso público para Fiscal Ambiental em 2002. Após dois anos dentro da Secretaria Municipal de Meio Ambiente trabalhei com Educação Ambiental (com crianças, com jovens, com adultos e com idosos). Não demorei para perceber que a educação acontece além das paredes de uma sala de aula e que quando é feita com amor e precisão não somente a criança te traz possibilidades, mas sim todos os envolvidos. Longa foi à trajetória em educação ambiental, longa foi à aprendizagem!
Em 2008, diante da chefia do Setor de Fiscalização e Controle Ambiental, uma das minhas atribuições era a realização de Termos de Compromisso Ambiental com Infratores causadores de danos ambientais. Meu papel nesse meio, era provocar a sensibilização das pessoas para melhor harmonização e respeito ao meio ambiente.
Um trabalho tão diferente e tão igual a tudo aquilo que estava acostumada. Diferente por usar o desrespeito e a deseducação como metodologia de ensino e igual por se tratar de novos conhecimentos e aprendizagens.
Já em 2009, em outra Secretaria, trabalhei com treinamento de novos funcionários e assessorando o jurídico, com a formação de Processos Administrativos.
A legalidade me encantou! Virei uma fascinada por leis... mas deixo claro que não penso em fazer faculdade de Direito.
Nesse mesmo ano concluí meu curso de Pedagogia e uni o útil ao agradável: EDUCAÇÃO INFANTIL + LEGALIDADE.
Na época me descobri apaixonada por políticas públicas para educação, em qualidade em educação e em gestão educacional.
Em 2010 comecei a trabalhar, também, em uma escola como supervisora educacional: desenvolvi o Projeto Político Pedagógico, o Regimento Escolar, implantei o Planejamento educacional e a Formação Profissional.
Fiz uma salada de frutas, misturei tudo! E deu certo!
Hoje, no serviço público, voltei a trabalhar na Secretaria de Meio Ambiente e desenvolvo a atividade de fiscalização do cumprimento de licenças ambientais por empresas potencialmente poluidoras. Trabalho juntamente com um corpo técnico para que possamos orientar quanto a condições adequadas de saúde ambiental.

O que quero dizer com tudo isso?
Que percebi que educação é possível em todos os ambientes e com todos os tipos de pessoas: crianças, adultos, ricos, pobres, empregados, patrões, etc. E que meu sonho de trabalhar com saúde e com educação não era tão maluco. Fiz do limão uma limonada!

Se quero ir para sala de aula?
Ainda não sei, talvez não. Acho que me senti livre demais com a diversidade e não me acho menos nem mais pedagoga por causa disso. Percebi que educação pode ser trabalhada em todos os lugares e de diferentes formas.