Um blog voltado para Educação Infantil de qualidade

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Avaliação por Portfófio (Parte III)



5. Vantagens do uso da avaliação por portfólio
Na educação infantil, a construção do portfólio valoriza a linguagem oral e não somente os trabalhos escritos. Quando a criança ainda não domina a linguagem escrita, ela pode “ditar” para o educador seus comentários sobre a atividade. Assim a criança tem oportunidade de exercitar a autonomia a tecer considerações sobre como está percebendo a realização das atividades.

  1. PARA A CRIANÇA
Para a criança o envolvimento constante na avaliação promove uma compreensão de sua aprendizagem através de uma auto avaliação contínua. Com isso a criança percebe que o trabalho escolar lhe pertence e pode demonstrar sua identidade na seleção das produções, fazer escolhas e tomar decisões sobre a construção do seu portfólio.
Essa construção implica um processo de reflexão, em que a criança conquista sua autonomia ao analisar as atividades realizadas e ao registrar suas percepções e sentimentos.
Ao reconhecer suas potencialidades e fragilidades a criança desenvolve a habilidade crítica e sente-se participante do processo educativo. Além disso, o portfólio permite o desenvolvimento da criatividade, pois possibilita inovar e ousar, criando sempre novas alternativas de aprendizagem.

  1. PARA AS EDUCADORAS
Para as educadoras a utilização do portfólio oferece a possibilidade de compreender como as crianças estão aprendendo e de aprimorar o trabalho pedagógico, com reflexões sobre a sua conduta profissional.
O trabalho avaliativo torna-se, também, menos penoso, pois as escritas se constituirão em anotações diárias, não será necessário o parecer descritivo. Com a utilização do portfólio individual não há a possibilidade de comparação entre as crianças, pois cada um mostrará apenas a fase individual de desenvolvimento.

  1. PARA AS FAMÍLIAS
Para as famílias, o portfólio oportuniza a participação no ambiente escolar e o envolvimento no processo de aprendizagem da criança, com a compreensão do desenvolvimento de seus filhos, permitindo contribuir para o processo educativo.
A proximidade com o fazer pedagógico da escola, permite às famílias conhecerem o desenvolvimento da criança e sua aprendizagem, dentro de uma perspectiva que considera a aprendizagem como uma construção significativa, um processo constante, com conquistas realizadas diariamente e que nem sempre são percebidas pela família.

Avaliação por portfólio (Parte II)


4. Construção dos portfólios
Salienta-se que ele não representa somente uma seleção dos trabalhos, observações e registros, mas requer o envolvimento da criança, do educador e dos pais no processo educativo, para que possam analisar em conjunto a trajetória de aprendizagem, os caminhos trilhados, suas escolhas, os problemas localizados e resolvidos, bem como as estratégias de aprendizagem utilizadas.
O que justifica o portfólio como procedimento avaliativo é a documentação evolutiva do processo de aprendizagem e os momentos chave nos quais a criança superou ou localizou um problema.
Portanto, o que justifica o portfólio como procedimento avaliativo é a documentação evolutiva do processo de aprendizagem e a oportunidade de refletir sobre esse processo.
Assim, o uso do portfólio envolve o desenvolvimento da criança durante o tempo de aprendizagem. Não é possível, portanto, criar dito instrumento, a partir de uma observação ou alguns registros. O mesmo envolve um tempo a ser percorrido. O desenvolvimento da criança e a aprendizagem não são imediatos. É preciso acompanhar o processo educativo, registrando fatos interessantes, observando o cotidiano escolar da criança e percebendo as situações que se repetem e revelam indícios importantes para a percepção de como ela está caminhando.
O portfólio, com base na avaliação formativa, proporciona uma nova cultura de avaliação em que todos são capazes de aprender e podem partilhar com os outros o seu progresso.

Avaliação por portfólio (Parte I)



1. O que é portfólio

O Portfólio tem sido considerado um eixo organizador do trabalho com um grande valor formativo e reflexivo nas diversas modalidades e graus de ensino. Através dele o aluno demonstra suas produções, onde estarão registradas as suas ações e reflexões.
Esse tipo de avaliação oferece várias possibilidades, entre elas a construção dos próprios alunos. Nesse caso, o portfólio é uma coleção de suas produções, as quais demonstram as evidências de suas aprendizagens. É organizado por ele próprio para que, em conjunto com seu professor, possa ser acompanhado o seu progresso, as suas dificuldades, as suas conquistas. Visto dessa forma, o portfólio permite ao aluno acompanhar o desenvolvimento de seu trabalho, de modo a conhecer suas potencialidades e os aspectos que precisam ser melhorados. Nesse contexto, o aluno torna-se participante ativo do processo avaliativo, selecionando amostras de seu trabalho e incluindo-as no seu portfólio. 
O portfólio é mais que uma coleção de trabalhos do aluno, não é uma pasta onde se arquivam textos. A seleção dos trabalhos a serem incluídos é feita a partir de uma análise crítica e cuidadosa, que envolve o julgamento da qualidade da produção e das estratégias de aprendizagem utilizadas. 
A partir do momento em que o aluno participa da tomada de decisões, de modo que ele formula suas próprias idéias, faz escolhas e não apenas cumpre prescrições do professor e da escola, a avaliação passa a se comprometer com a aprendizagem de cada aluno e deixa de ser classificatória e unilateral.

2. Objetivos do portfólio

a) OBJETIVO PRINCIPAL

Documentar o desenvolvimento da aprendizagem da criança.

b) OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Planejar as atividades de acordo com os progressos da criança;
  • Envolver os pais no processo de ensino aprendizagem;
  • Compreender as diversas modalidades de aprendizagem;
  • Promover a participação da criança na avaliação com ênfase na sua identidade e autonomia. 

3. Conteúdo do portfólio

A coleção de itens que formam o portfólio pode incluir trabalhos das crianças, produções individuais e coletivas, desenhos, registros escritos, fotografias, gravações de áudio e vídeo, observações do educador, informações dos pais e/ou responsáveis, entrevistas, relatórios, enfim, o que for necessário para reconstituir o caminho percorrido durante a aprendizagem.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O fundo educacional das datas comemorativas.

Esse período de comemorações me fez pensar e escrever sobre o tema. Passamos pelo Dia do Índio, pela Páscoa e agora vamos para o Dia das Mães e Dia do Trabalhador.
Acho muito triste ver as escolas trabalharem esses temas sem preparação, planejamento e fundamento. Não podemos esquecer que é na escola que a criança constrói suas primeiras impressões de mundo e se vai se posicionando conforme suas aprendizagens e significados desenvolvidos.
Fiz um comentário semana passada, no Facebook, sobre como achava triste o jeito que se trabalha o Dia do Índio. Alguém lembra? Contrói-se um cocar, dança da chuva batendo com a mão na boca e pinta-se o rosto.   As escolas deviam trabalhar com fatores históricos e culturais e não apenas com uma visão superficial sobre o povo indígena e sobre qualquer outro povo, seja português, alemão ou espanhol. Relações de poder, de guerra e de luta podem e devem ser explicadas para as crianças desde pequenas. O bom professor sabe adaptar!
Na Páscoa, além da construção de cestas e ninhos para ovinhos, além da máscara de coelho, além da explicação sobre cada símbolo, deve se ter o cuidado ao respeito a diversidade de religiões e crenças. Deve se saber trabalhar não apenas o lado cristão, mas também valores como a vida, a esperança e o respeito as diferenças.
Para o Dia das Mães, acredito em um projeto de valorização a família e de estreitamento de vínculos afetivos. Fazer com que as crianças decorem uma canção ou uma poesia talvez não tenha tanto sentido e não transmita tanto amor como assistir a um filme em conjunto, por exemplo.
A escola é um lugar amplo e livre para criação e exploração de possibilidades. Sugiro sempre, que as datas comemorativas sejam trabalhadas juntamente com os projetos existentes, assim não fogem das necessidades de cada turma.
O olhar do professor e o apoio da família são fundamentais... parceria sempre, em todos os momentos!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Crença no amanhã

Hoje posso dizer com toda a certeza que o que faz a diferença é a crença no amanhã. A educação infantil nunca foi e não é levada sério, ainda nos dias de hoje, porém muitas escolas realizam um belo trabalho com os poucos profissionais apaixonados que existem.
Não consigo distanciar educação infantil de amor. 
Educar é um ato de amor. Dedicação é um ato de amor. Cuidar é um ato de amor!
Todo bom professor tem sonhos. Todo bom professor é sensível. Todo bom professor acredita no amanhã, por mais que o hoje esteja difícil ou quase impossível.
Desisti de uma vaga de emprego hoje, em uma empresa bem conceituada. Iria ganhar razoavelmente bem e trabalhar com pessoas de 14 à 24 anos em um projeto de jovem aprendiz. Desisti na última hora por seguir meu coração e a paixão pela Educação Infantil.
Acho que a educação de crianças pequenas ainda é bastante frágil e precisa muito de nós pedagogas e pedagogos. Nos formamos com comprometimento social e devemos abraçar a causa!

sábado, 16 de abril de 2011

Respeito a identidade de cada grupo

Toda boa escola precisa trabalhar com período de sondagem. Esse período permite identificar quais as necessidades as crianças têm e com isso adequar o planejamento das aulas de acordo com aquilo que elas realmente precisam. Ela permite uma avaliação e um acompanhamento dos avanços na aquisição do conhecimento e a definição das parcerias de trabalho entre os alunos. 
Após o período de sondagem é possível traçar os objetivos para bimestre ou semestre e assim fica mais fácil avaliar a prática educativa.
Na escola onde trabalho, montamos no início do ano letivo uma estrutura de planejamento parecida para todas as turmas de Maternal, Jardim e Pré, porém somente agora conseguimos estruturar, de acordo com as necessidades de cada turma, o verdadeiro objetivo.
Nossa turma de Berçário 2, por exemplo, estava necessitando de mais atividades e menos tempo livre para acalmar a agitação e suprir as curiosidades do grupo. Nossa turma de Maternal 1, estava precisando de mais momentos de pátio e de fantasia (incluimos os jogos imitativos, a preparação para as refeições e o cantinho da fantasia). Já a turma de Maternal 2 nos mostrou que precisávamos frear um pouco os conteúdos e trabalhar o movimento e a autonomia.
Esse período de sondagem pode demorar um pouco. Exige paciência e sensibilidade por parte das educadoras, mas depois o resultado se torna gratificante, pois conseguimos perceber perfeitamente a identidade de cada grupo, o que facilita demais o trabalho desenvolvido.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Criança sente e sabe quem se importa com ela!

Nessa última semana, me detive na escola em observar a relação pais/filhos. Fiquei na recepção da escola fazendo a entrega das crianças aos pais no final do turno escolar. Bom, o que posso dizer... fiquei pasma com algumas reações que vi.
Imaginem só, uma criança com menos de 6 anos de idade (idade em que elas encontram-se na E.I.), passa em torno de 12 horas na escola e no final do dia é recebida pelo pai sem nenhum gesto de carinho ou alegria.
É muito entristecedor! 
As educadoras após o trabalho quase que exaustivo do dia todo (que inclui trabalhos pedagógicos, recreação, alimentação e higiene) arrumavam até os cabelinhos das crianças, uma por uma, para que seus pais ficassem felizes aos vê-los... e os pais??? Nada!
Claro que houve excessões, mas o negativo sempre marca na nossa cabeça... não é verdade?!
E lhes digo uma coisa, um dos maiores problemas que enfrentamos na escola hoje, é o alto número de crianças carentes. Quando digo carentes não me refiro a situação financeira, me refiro a carência de CARINHO, de AFETO.  
O que muitas vezes é chamado por aí de: hiperatividade e falta de limites é muitas vezes falta de atenção e de carinho. As vezes é preciso chamar a atenção para ser visto... tem gente que picha para ser visto, tem gente que usa roupa curta para ser vista, tem gente que mata para ser visto... criança desafia para ser vista!
Hoje lhes digo com toda a propriedade que criança gosta de limites, pois quem lhe dá limites mostra que se importa com ela. Criança sente e sabe quem se importa com ela!
Temos vários casos de relatos sobre crianças que ao ingressarem no ensino fundamental mudam seu comportamento, por não terem mais uma educadora/mãe à sua disposição e precisarem dividir a professora (em 4 horas diárias) com outros tantos colegas.
A sociedade delegou à instituição escola o que deveria fazer a instituição família. 
Demonstrações de carinho não são planejadas e não se tratam de beijos e carinhos, mas sim de interesse em querer o bem da outra pessoa, em saber como o filho passou o dia, em ansiedade para para vê-lo, em saudade, em valorização...
Talvez se as pessoas se importassem mais, ao menos com seus filhos, nossa sociedade não estivesse tão doente...
Leia, reflita e deixe seu recado!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Acontece por aqui II

Seminário “A Criança e o Jogo no contexto Educativo: concepções, especificidade e perspectivas”
O Programa de Educação Tutorial da Escola de Educação Física (PET-ESEF) da Universidade do Rio Grande do Sul – UFRGS (Porto Alegre, RS/BR) promove o Seminário “A Criança e o Jogo no contexto Educativo: concepções, especificidade e perspectivas”, com a seguinte programação:
Ÿ “Coisa de criança – infância, culturas infantis e contemporaneidade” com o Prof. Dr. Manuel Jacinto Sarmento do Instituto de Educação da Universidade do Minho (Portugal/PT);
Ÿ “O professor e o brincar: notas sobre a formação lúdica do educador” com a Profa. Doutoranda Tânia Fortuna da Faculdade de Educação da UFRGS (Porto Alegre, RS/BR);
Ÿ “Educação física no jardim da infância: espaço e tempo preciosos para jogar” com a Profa. Dra. Miriam Stock Palma da Escola de Educação Física da UFRGS (Porto Alegre, RS/BR);
Ÿ “A inclusão escolar: ênfase em programas interventivos na Educação Física” com a Profa. Dra. Adriana Berleze da ESEF/UFRGS (Porto Alegre, RS/BR)
Local: Sala de Seminários do Laboratório de Pesquisa do Exercício (LAPEX) - ESEF/UFRGS – Rua Felizardo, 750 - Porto Alegre, RS/BR
Data: 20.04.2011, das 09h00min às 18h00min
Fones: (51) 3308.5873
Inscrições: Gratuitas, no dia e local do evento.
Informações: pet.esef.ufrgs@gmail.com

Conversas com quem gosta de brincar” comemorativas ao dia internacional do brincar
Para comemorar o dia internacional do brincar o Programa de Extensão Universitária “Quem Quer Brincar?” (Porto Alegre, RS/BR) promove o evento “Conversas com gosta de brincar” com o tema “Brincar na brinquedoteca”. Participarão do evento, relatando suas experiências, as educadoras da Brinquedoteca do Colégio Marista Champagnat (Porto Alegre, RS/BR) Daniela Ferreira e Vivian Nunes e as educadoras Nádia Diefenbach, Audrey Zwetsch e Mabilda Dotto da Brinquedoteca da Secretaria Municipal de Educação de Novo Hamburgo (Novo Hamburgo, RS/BR).
Local: Sala 101 da FACED/UFRGS - Av. Paulo Gama, s/ nº Prédio 12201, - Porto Alegre, RS/BR
Data: 27.05.2011
Fones: (51) 3308.3432
Inscrições: Gratuitas, no dia e local do evento.