Professor... valorize-se!

Semana passada participei de um encontro, com professores da rede pública, rede privada, diretores e proprietários de escolas privadas de educação infantil, onde o tema era tratar sobre as novas normativas para a regularização da educação infantil.

Bom, nem vou entrar no mérito do atraso quanto a regularização das instituições, pois dizem que se fecharem as irregulares estarão criando um problema social (pois as crianças não têm onde ficar), problema social pra mim é permitir que as crianças sejam mal tratadas, mal cuidadas e mal educadas, mas...

Um dos temas tratados na reunião, foi a nova distribuição de crianças por professor:

BERÇÁRIO 1 (de 0 à 11 meses): 06 crianças

BERÇÁRIO 2 (de 01 à 01 e 11 meses): 06 crianças

MATERNAL 1 (de 02 à 02 e 11 meses): 10 crianças

MATERNAL 2 (de 03 à 03 e 11 meses): 15 crianças

PRÉ 1 (de 04 à 04 e 11 meses): 20 crianças

PRÉ 2 (de 05 à 05 anos e 11 meses): 20 crianças

Pedagogas de plantão, na turminha do berçário 1, onde a estimulação dos bebês é feita através de cuidados básicos, sons, imagens e que os bebês passam a maior parte do tempo nos carrinhos, bebês conforto ou sentadinhos sobre o tapete, tendo a possibilidade de ter duas professoras: as educadoras querem 06 crianças. Já nas turmas dos maiores, onde se precisa trabalhar a autonomia, o letramento, noções matemáticas, históricas, geográficas, etc... as educadoras querem 20 crianças!

Como realizar uma educação de qualidade, dando atenção à todas as crianças, em uma sala de aula lotada, onde muitos ainda são egocêntricos???

Agressões à profissão, feitas pelas próprias educadoras:

- Eu fico com até mais de 20 crianças maiores, mas não fico com 06 bebês!

Queridas, ficar todo mundo fica... o problema é proporcionar uma educação de qualidade.

- Se diminuirmos o número de crianças em sala de aula, estaremos diminuindo o número de vagas oferecidas pelo município!

Gente, temos que pensar na nossa condição enquanto educadoras que somos, deveríamos então lutar por espaços educativos maiores e professoras auxiliares dentro de sala de aula. O oferecimento de vagas em educação, proporcional a população existente é dever do governo municipal.

- A maior procura em minha escola privada, é de vagas nas turmas de pré escola, se diminuir o número de crianças, terei que fechar as portas!

Bom, se você abriu uma escola de educação infantil pensando em obter altos lucros... feche as portas! O número de funcionários é grande, o número de despesas também, brinquedos e livros são sempre necessários e materiais de apoio também!

Infelizmente, a gente ainda percebe nos discursos que a educação infantil é assistencialista e que nem mesmo as educadoras se preocupam com padrões de qualidade.

Enquanto nós educadoras, estivermos "matando no peito" e "resolvendo" todos os problemas criados pelas más administrações, continuaremos sendo desvalorizadas e mal remuneradas, pois NUNCA RECLAMAMOS DE NADA E ESTAMOS SEMPRE ACHANDO SOLUÇÕES.