Um pouquinho de história...

As primeiras Instituições pré-escolares assistencialistas do Brasil surgiram na segunda metade do Século XIX e eram vinculadas às indústrias como uma medida de regulamentação das relações do trabalho feminino. Não se pode negar que a oferta e procura às instituições de Educação Infantil deu-se em maior intensidade a partir do momento em que as novas estruturas sociais se apresentaram, como por exemplo, a estrutura familiar moderna, onde nos lares tanto homens como mulheres estão inseridas no mercado de trabalho.

 A história da Educação Infantil passou por diferentes períodos, as primeiras creches assistencialistas, por exemplo, foram implantadas por médicos, aliados às mulheres burguesas, nos interesses do movimento higienista e visando ao atendimento às trabalhadoras domésticas. Porém não só o higienismo imperava, também se tinha a ideia de uma sociedade moderna e civilizada, então o cuidado com as crianças passou a ser uma forma de doutrinamento ou preparação para a entrada na vida social. Observa-se que a invenção da escolarização infantil está ligada a uma série de práticas que dizem respeito à vida adulta, como comportamento, moralismo, cuidados com o corpo e com uma visão pouco centrada na criança.

É preciso salientar que essa “perda” da figura materna para o mercado de trabalho implicou em uma educação para as crianças pequenas calcada no cuidado. Desta forma, dispensava pensar em profissionais da área de educação, pois os cuidados ficavam sob a responsabilidade de médicos e de psicólogos, que traçavam metas para um bom desenvolvimento patológico e boas condutas morais. O que não se pode deixar de considerar é o fato de que essa exclusividade do cuidar como finalidade da Educação Infantil tão propagada no século XX acabou por marcar gerações e ainda é matéria de estudos de pesquisas realizadas neste início do século XXI.

A luta em nosso país pela implantação de creches e pré-escolas que respeitem os direitos das crianças e das famílias é bastante recente, pois teve início no final da década de 60.

O término da ditadura militar foi seguido de um intenso movimento de mobilização social por parte dos movimentos sociais já existentes e de novos movimentos decorrentes das necessidades comuns ao momento político-econômico-social vivenciado pela sociedade.

Embora possa ser observado na luta para a efetivação de propostas em prol da Educação Infantil de qualidade, ainda hoje, não foi conquistado um espaço expressivo que dê conta de um maior número de necessidades educativas.