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terça-feira, 29 de março de 2011

Ser Criança é...


Sou motivada em escrever sobre esse tema em virtude de perceber o quanto é urgente repensar sobre o que é ser criança. Percebo que a infância é vista, ainda nos dias de hoje, com uma conotação romântica, com um cuidado como se fosse uma peça frágil, como um mundo povoado por seres improdutivos que ainda não conseguem se manifestar sozinhos, tampouco se cuidar.
Acredito numa concepção onde a criança tenha assegurado seu tempo de infância, seu tempo de escola, seu tempo de alegria, de descoberta, de sonhos e também de atividades criadoras, para que assim possa desenvolver-se de forma saudável.
A criança é sem dúvida um ser individual que se expressa de forma singular, que é constituída por diferentes elementos culturais e genéticos que lhes dão uma identidade própria. Faz parte da sociedade, portanto precisa de oportunidades para aprender, desenvolver e fazer suas escolhas. Acredito na criança como ser político, que faz escolhas e que de voz ativa faz valer suas opiniões. É preciso perceber a criança não somente como produto de uma cultura, como vulnerável e manipulável, mas considerá-la enquanto produtora desta.
A infância precisa ser vista diante de si própria e não em comparação com as demais fases da vida adulta. Precisa ser considerada diante de suas próprias potencialidades, na condição de crescer e se desenvolver diante de suas possibilidades.
Defendo que a criança deva ser vista como cidadão integrante de uma sociedade, com direitos e deveres assegurados, devendo participar das decisões e de tudo que diz respeito a uma construção de si própria e de vida em conjunto, ou seja, em sociedade.
Ressalto ainda, que quando me refiro à criança como ser capaz de agir e interagir, não desconsidero a importância do adulto nessa relação. A diversidade de relações e experiências potencializa o desenvolvimento infantil. Crianças expostas a uma gama ampliada de possibilidades interativas têm seu universo pessoal de significados ampliado, desde que se encontre em contextos coletivos de qualidade.
Aliar uma concepção de criança à qualidade dos serviços educacionais a ela oferecidos implica atribuir um papel específico à pedagogia desenvolvida nas instituições pelos profissionais de Educação Infantil. Captar as necessidades dos bebês antes que consigam falar, observar suas reações e iniciativas, interpretar desejos e motivações são habilidades que os profissionais de Educação Infantil precisam desenvolver, ao lado do estudo das diferentes áreas de conhecimento que incidem sobre essa faixa etária, a fim de subsidiar de modo consistente as decisões sobre as atividades desenvolvidas, o formato de organização do espaço, do tempo, dos materiais e dos agrupamentos de crianças. 
Imagem: minha turma de estágio em 2008 - trabalhamos matemática na horta escolar.

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